domingo, 9 de março de 2014

Com calma, um passo de cada vez...

Fonte: Portal VEJA

Dizem que quem é apressado, acaba comendo cru. E é o que vai acontecer com o Brasil se essa máxima não for levada a sério.
No último dia 19 de fevereiro, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania rejeitou a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Pois eu digo: finalmente uma decisão sensata por aqui!!!
Sinceramente falando, eu acho justo que essa redução fosse efetivada no Brasil, mas reduzir simplesmente não resolve o problema. Apesar do próprio termo dizer "maioridade penal", não envolve somente questões penais, mas também civis. Vejamos.
O voto é facultado a partir dos 16 anos, tornando-se obrigatório aos 18. Ora, se poder do voto é concedido, compreende-se, a priori, que o indivíduo é dotado de capacidade suficiente para atender essa demanda. O próprio Código Civil, no seu art. 4º, prevê que os maiores de 16 e menores de 18 têm capacidade para certos atos, desde que assistidos pelo devido representante legal.
Assim sendo, se se compreende essas capacidades a um indivíduo, por que não permitir que ele legalmente responda por seus delitos? Seria justo, até porque apesar de existir um Estatuto que defende com unhas e dentes as necessidades de crianças e adolescentes, o conhecimento empírico nos permite perceber que essa classe não é ingênua em sua totalidade. Assim como há os que cumprem seus deveres da maneira certa, tem os que usam da sua juventude e de uma sensação assombrosa de impunidade para fazer o que bem entendem, afrontando o Direito Brasileiro, como é o conhecido caso do Julio Natan aqui no estado do Amapá, que foi covardemente assassinado por menores de idade em 2013.
Porém, vendo por outro lado, temos um sistema penitenciário precário e desviado, que não cumpre seu real dever: o de ressocializar o apenado na sociedade. Quem acompanha meu blog desde o começo, com certeza leu minha primeira postagem falando sobre este sistema falho, que inclusive foi objeto de estudo da OAB no Amapá, que, em relatório final, declarou deplorável a situação dos que ali estão reclusos. Condições realmente subumanas, não há "conforto", condições de higiene, alimentação adequada, tratamento digno aos visitantes (ênfase neste)... E ainda tem a superlotação, pra completar o pacote. Mais uma vez eu peço: não me agridam, não estou fazendo a linha "defensor dos pobres e oprimidos", só julgo procedente que eles vivam em condições humanas, fazendo jus ao que realmente são, antes de qualquer coisa ou delito cometido.
Então, se o sistema penitenciário brasileiro não funciona, pra quê jogar mais gente dentro dele? Prender por simplesmente prender torna o ser humano melhor? Digo isso porque se a redução fosse aprovada, sem a menor sombra de dúvidas eu veria policiais vagando pelas ruas numa verdadeira "caça às bruxas", apreendendo os novos maiores de idade pelo simples prazer de cumprir com uma atividade delegada. E ainda me pergunto porque exigem domínio de raciocínio lógico em provas de concursos públicos...

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