segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Penitenciárias, os grandes "cantinhos da reflexão"

Ah, as prisões... Esses grandes "cantinhos da reflexão" (da Super Nanny, quem lembra?)
O Governo erra (e erra muito) no conceito das prisões, do que elas realmente são. Não que elas sejam erradas, ou que a existência delas seja supérflua, mas que sejam aplicadas da maneira adequada.
O Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (IAPEN) registrou no último domingo, 15, a fuga de 25 carcerários, através de um buraco de aproximadamente 50cm de diâmetro no muro das instalações. Isso se deve a alguns fatos. Vejamos.

  1. Ninguém gosta de ficar com a liberdade cerceada em um lugar que não oferece a mínima estrutura (ou estrutura alguma). Se os visitantes já não têm tratamento bom, imagine os pobres coitados (por favor, não me apedrejem por usar essa expressão. Entendam que eles são seres humanos muito antes de serem condenados da Justiça)
  2. A falta de segurança e localização do IAPEN são uma verdadeira afronta à inteligência humana. Uma penitenciária que fica na ZONA URBANA da capital e que até uma criança, passando pela frente, consegue perceber que as instalações não são nem um pouco seguras... Sinceramente, deixa eu ir pro próximo.
  3. Vou só repetir: penitenciária não é "cantinho da reflexão" da Super Nanny, que o Judiciário coloca um malandrinho lá por um determinado tempo pra que ele pense no que fez e depois solta.
Vamos colocar o dedo na ferida. A visão que tenho de uma penitenciária é um local em que o condenado fique recluso pelo período em que o Código Penal (esse ancião) determinar, como uma maneira de re-educação da pessoa que ali está. É ISSO! Vamos mexer mais na ferida... Já estou bem cansado de ver nos noticiários locais sobre as péssimas, pífias condições do IAPEN, tanto para os reclusos como para os visitantes, e sobre as denúncias de maus tratos.
Não adianta tratar prisioneiro como bicho. Ele, por si só, já traz consigo uma carga negativa, seja pela falta de educação que não recebeu enquanto pequeno, seja pela influência (consentida, diga-se de passagem) das companhias que tinha. Vai adiantar tratá-lo "na marra"? Só vai piorar um quadro ruim que ele já possui. E a vista grossa pra isso é constante.
Tem mais: não se enxerga (eu, pelo menos...) trabalhos de re-inserção de carcerários no seio da sociedade. Eles cumprem a pena e são soltos porque têm que ser soltos. Que sentido faz tê-los prendido, então? Prender por prender não muda ideologia de ninguém; isso só faz com que o indivíduo saia da prisão com mais desejo de cometer outros atos ilícitos novamente, revoltado pelo "sofrimento" que passou. Seria interessante que meios alternativos fossem postos em prática, como uma oportunidade de emprego, ou de trabalho voluntário ou outra coisa qualquer que ocupe o tempo dessa pessoa (não vou fazer uma lista aqui, pois isso não cabe a mim). Aí sim teria sentido prender alguém, aí sim veríamos o interesse do Governo em melhorar a qualidade de vida da população que gere, aí sim não teríamos mais notícias de fuga de detentos. Falta interesse, falta gestão de verdade, falta um olhar atento para isso. Mas o que dizer de um país em que o poder é disputado a todo custo, e que dominar seu povo ideologica e repressivamente é tarefa mais importante do que qualquer outra coisa?

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